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01 de março, 2021
Foto: Divulgação/BBB/Fábio Rocha/TV Globo
Quem acompanha o BBB teve uma surpresa nos últimos dias. A participante Juliette Freire, uma das favoritas a levar o prêmio de R$ 1,5 milhão do programa, confessou aos companheiros de confinamento que sofre de sonambulismo.
Durante sua entrevista pré-programa, ela já havia falado sobre isso, mas com pouca repercussão no público. Veja abaixo o momento da revelação:
Por ser sonâmbula, ela algumas vezes fala durante o sono e até mesmo arruma a cama sem ter ciência do que está fazendo.
Juliette não está sozinha. Apesar das dificuldades em determinar quantas pessoas sofrem de sonambulismo, afinal os episódios quase nunca são lembrados ao despertar, estima-se que 5% das crianças e 1,5% dos adultos tenham esse distúrbio do sono.
O sonambulismo é um tipo de distúrbio do sono conhecido como parassonia. As parassonias são comportamentos fora do comum durante o sono e representam um estado limiar entre o despertar e o adormecimento. Por esse motivo, as ações de uma parassonia são consideradas não normais.
Os episódios de sonambulismo acontecem durante a etapa do não-REM (NREM) do sono, geralmente durante o sono de ondas-lentas. Eles são mais comuns na primeira ou segunda hora depois que a pessoa foi dormir e podem durar de alguns segundos até meia hora ou mais. Depois disso, volta-se a dormir normalmente.
São vários os fatores que podem desencadear que uma pessoa em sono profundo acabe parcialmente acordada e execute ações sem perceber. Conheça alguns:
O sonambulismo não acontece como em alguns filmes, no qual o sonâmbulo anda como zumbi, com os braços levantados na frente do corpo.
Durante um episódio, o sonâmbulo pode realizar diferentes atividades motoras, desde falar ou sentar na cama até ações mais complexas, como caminhar, tentar dirigir, praticar sexo (sexsônia), mudar de roupa e até mesmo alimentar-se.
Para os colegas de Big Brother Brasil, Juliette contou que já teve casos em que ela arrumou a cama enquanto dormia.
Recentemente, a empresária canadense Celina Myers viralizou no TikTok ao publicar vídeos de seus episódios de sonambulismo. Além de conversar com seus gatos, certa vez ela começou a jogar latas de bebida pela porta, como se as entregasse para alguém. Ao todo, seus vídeos já tem 363 milhões de curtidas e um deles já superou 54 milhões de views.
Com esses dois exemplos, fica evidente que não existe um padrão de atividades do que um sonâmbulo pode ou não fazer. Em cada pessoa, os episódios se manifestam de uma maneira diferente e até para um mesmo paciente eles podem aparecer cada vez de um modo.
Justamente por isso o sonambulismo pode ser perigoso, já que, sem consciência do que está fazendo, a pessoa pode mexer em objetos cortantes, dirigir ou abrir a porta e ir até a rua. Assim, é recomendável que casas de pessoas que sofrem dessa parassonia tenham travas de segurança em gavetas, que as portas fiquem trancadas durante a noite com a chave guardada em outro lugar e que sejam colocadas telas nas janelas, entre outros cuidados.
Quem nunca ouviu que acordar um sonâmbulo é perigoso que atire a primeira pedra. Isso é falso. O recomendado é que a pessoa seja redirecionada calmamente para a cama, mas se isso não puder ser feito, acordá-la tampouco trará prejuízos.
Pelo contrário, despertar alguém no meio de um episódio de sonambulismo pode evitar que ela se coloque em situações perigosas sem perceber. Apenas tente fazer isso de maneira suave e sutil, evitando o susto.
++ Leia Mais: Conheça as maiores mentiras e mitos do sono
Pontos para Juliette, que deu essa mesma explicação para seus companheiros no BBB.
Como em muitos casos os episódios de sonambulismo não são lembrados pela manhã, os relatos de companheiros de quarto ou de casa são essenciais para o diagnóstico. Por isso, ao consultar um médico do sono é importante levar junto alguém que possa apresentar fatos que o paciente sozinho não conseguiria.
A discussão de sintomas é o passo seguinte para o médico precisar o diagnóstico de sonambulismo. Sonolência diurna e histórico familiar são alertas de que a pessoa tenha esse distúrbio.
A polissonografia e o eletroencefalograma, exame que mostra as ondas cerebrais, também são usados no diagnóstico.
Como com qualquer doença ou distúrbio, o tratamento de sonambulismo é individualizado para cada caso, afinal cada paciente tem as suas necessidades, comorbidades e particularidades.
Alguns dos tratamentos que podem ser recomendados são:
Para casos mais graves, com episódios mais frequentes, podem ser indicados medicamentos que melhorem a qualidade do sono, como antidepressivos.
Consulte sempre o seu médico para receber orientação quanto ao tratamento individualizado para o seu caso de qualquer doença ou distúrbio.
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