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17 de novembro, 2023

Os micróbios estão definindo seu sono

Os micróbios estão definindo seu sono

Sabia que nosso corpo é a casa de diversos seres microscópicos? Na verdade, estes microorganismos chegam a ocupar mais espaço do que nossas próprias células. E essa microbiota (ou flora), ou seja, a variedade de bactérias, vírus, fungos e outros microrganismos unicelulares e microscópicos  que habitam o nosso organismo, ajuda em diversas funções fisiológicas. 

O que os cientistas estão estudando agora é a relação entre ela e o sono. Isso mesmo! Os micróbios estariam regulando nosso sono.

A hipótese foi estudada por cientistas chineses. Eles pesquisaram a relação entre os tipos de bactérias no nosso intestino e os nossos hábitos de sono. Ao analisar dados de diversas pessoas ao redor do mundo, os cientistas identificaram que alguns micróbios podem ter um impacto direto na forma como dormimos. 

Micróbios que ajudam e atrapalham a quantidade de horas de sono

A microbiota do nosso intestino afeta a quantidade de horas que dormimos, nosso cronotipo e se temos problemas relacionados ao sono, de acordo com os pesquisadores. Entre os microorganismos, eles identificaram aqueles que aumentam o tempo que dormimos e os que diminuem.

Os micróbios responsáveis por estender a nossa quantidade de horas de sono são Lachnospiraceae UCG004, Odoribacter, Victivallaceae, Victivallales, Lentisphaerae, Lentisphmulaeria. Já os responsáveis por diminuir são Barnesiella e Eubacterium hallii. 

Micróbios e distúrbios do sono

Os distúrbios do sono atrapalham a qualidade do descanso, afetando diretamente nossa saúde. Diversas doenças podem surgir pelo fato de estarmos dormindo mal, inclusive câncer, infarto e AVC. Por interromperem o sono, esses problemas acabam afetando também nossas disposição e performance no dia seguinte.

A pesquisa que relacionou a microbiota do intestino ao sono percebeu uma relação entre os microrganismos e os distúrbios do sono. O Selenomonadales e o Negativicutes foram diretamente relacionados à insônia. Já o R. torques foi apontado como responsável por aumentar o ronco.

Por outro lado, o Senegalimassilia apareceu como um microorganismo que ajuda a diminuir o ronco.

Cronotipos e microorganismos 

Uma outra descoberta feita pelos pesquisadores foi a de que pessoas com cronotipo noturno podem ter essa característica por conta da presença dos microrganismos como Enterobacteriaceae ou Anaerofilum no intestino. Estas mesmas duas bactérias têm sido associadas à obesidade.

O cronotipo pode ser definido como a predisposição natural que cada pessoa tem de sentir picos de energia ou cansaço, dependendo da hora do dia. Eles são divididos em:

  • Diurno ou matutino – pessoas cujo pico de produção de melatonina ocorre antes da meia-noite;
  • Vespertino ou noturno – indivíduos cuja produção de melatonina pode ter seu pico até às 6h da manhã;
  • Intermediário – pessoas que têm produção alta de melatonina por volta das 3h da manhã. 

Micróbios e alimentação 

A maior parte desses microorganismos são naturais do intestino. Já outros acabam surgindo dependendo da dieta. Por exemplo, uma alimentação rica em fibras é abundante em Lachnospiraceae e Odoribacter

Quem acompanha o blog do Persono sabe da importância de se alimentar bem para ter um sono de qualidade. O contrário também é verdade. Dormir bem ajuda as pessoas a manterem uma dieta saudável. 

Frituras, carne vermelha, alimentos gordurosos e álcool são exemplos de alimentos que não devem ser consumidos perto da hora de dormir para não prejudicar a qualidade do sono. Já banana, kiwi, alface e arroz branco são alguns alimentos aliados da hora de dormir.

E o que fazer com toda essa informação?

Você deve estar pensando “Persono, o que eu faço com todos estes nomes grandes e difíceis?. O estudo fornece uma base para que os cuidados com o sono sejam personalizados. Além disso, invista na alimentação para cuidar da sua micorbiotia. Além disso, invista na alimentação para cuidar da sua microbiota.

A Fundação Canadense de Saúde Digestiva pontua que você deve:

  • Dormir bem;
  • Fazer exercícios;
  • Comer vegetais;
  • Evitar açúcar e alimentos processados;
  • Investir em alimentos probióticos e prebióticos, como iogurte, picles, cebola, aspargo e feijão-fradinho.

Dessa forma os microrganismos saudáveis para o corpo que vivem no seu intestino trabalham melhor pela sua saúde.

A ciência tem descoberto cada vez mais o papel desses seres invisíveis no nosso corpo e estes estudos têm ajudado em outras questões de saúde, como alergias e até mesmo Parkinson.

Boa noite!

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