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09 de junho, 2023

Pessoas LGBTQIAP+ sofrem mais com problemas de sono

Pessoas LGBTQIAP+ sofrem mais com problemas de sono

Junho é o Mês da Diversidade. É durante essa época do ano que acontecem Paradas do Orgulho LGBTQIAP+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais/Transgêneros/Travestis, Queer, Intersexual, Assexual, Pansexual) em diversos países do mundo. O mês foi escolhido para a celebração da diversidade por causa da Revolta de Stonewall, ocorrida em 28 de junho de 1969. Foi nessa data que pessoas LGBTQIAP+ começaram a lutar pelos seus direitos.

“Mas se o Persono é um blog que fala sobre o sono, por que está trazendo este tema?” Existe a possibilidade desta pergunta estar passando pela sua cabeça neste momento. Pode até não parecer, mas sexualidade e sono tem uma relação. Além de sofrer o medo da violência (o Brasil é o país que mais mata pessoas trans), pessoas LGBTQIAP+ tendem a ter mais problemas para dormir. 

Outra pergunta que pode surgir é “mas se eu não faço parte dessa comunidade, o que este tema tem a ver comigo?”. A resposta é: tudo. Neste post vamos trazer pesquisas que mostram como o apoio da família é importante para a manutenção da saúde emocional das pessoas LGBTQIAP+.

Breve história da sexualidade 

Um dos fatores que levam pessoas LGBTQIAP+ a ter problemas de sono é o medo da rejeição, então antes de entrarmos nos detalhes da relação entre sexualidade e sono, é importante trazer um pouco da história da diversidade sexual. 

Foi apenas em maio de 1990 que ser uma pessoa gay, lésbica ou bisexual deixou de ser considerado doença. E foi só em 2018 que a Organização Mundial da Saúde deixou de considerar a transexualidade uma doença. Conquistas recentes quando colocadas na linha do tempo da história da humanidade. 

Só que apesar delas, os dados de violência no Brasil e no mundo contra pessoas LGBTQIAP+ ainda mostram a necessidade de educação e apoio para essa população, trazendo para todos eles dignidade para viver e dormir bem. 

O sono de pessoas LGBTQIAP+

Alguns estudos feitos com lésbicas, gays, bissexuais (o LGB da sigla) e heterossexuais mostraram que as pessoas LGB são mais propensas a relatar curta duração do sono e outros problemas, como ronco, latência do sono e baixa qualidade do sono quando comparadas a heterossexuais. 

Um estudo norte-americano concluiu que homens gays tiveram prevalência 32% maior de problemas para adormecer e prevalência 22% maior de acordar sentindo-se inquietos em comparação com homens heterossexuais. Já as mulheres bissexuais tiveram prevalência 43% maior de problemas para adormecer em comparação com mulheres heterossexuais. 

Em relação a quantidade de horas de sono, um estudo que examinou 169.392 adultos descobriu que homens e mulheres LGB relataram menos de 5 horas de sono do que homens e mulheres héteros. Vale lembrar que a quantidade de horas de sono por noite recomendada para um adulto é de 7 a 9 horas.

Um estudo feito na Coreia do Sul analisou o sono de pessoas transgêneras. Entre os participantes da pesquisa, 65,7% tinham sofrido preconceito no intervalo de um ano. O grupo que sofreu discriminação apresentou 1,48 vezes mais chances de ter problemas de sono quando comparados com quem não havia sofrido preconceito.

Pessoas LGBTQIAP+ jovens e o sono

O sono é fundamental para a formação dos mecanismos de aprendizado, principalmente na fase da infância e adolescência. Um estudo realizado com jovens que se identificaram como gays, lésbicas e bissexuais mostrou que este desenvolvimento pode ser prejudicado. 

Cientistas norte-americanos descobriram que 35,1% dos adolescentes LGB sofrem de problemas para dormir. A taxa entre jovens heterossexuais fica em 13,5%. Jason Nagata, um dos pesquisadores responsáveis pelo estudo, explicou em entrevista a rede norte-americana de notícias NBC que jovens LGBTQIAP+ podem sofrer bullying e discriminação na escola ou conflitos em casa que os levem a ter problemas emocionais.

É importante lembrar que o sono na adolescência ajuda no aprendizado escolar. Jovens devem dormir de 7 a 11 horas por noite.

Apoio familiar como uma solução para pessoas LGBTQIAP+ 

O apoio da família é fundamental para a redução de problemas que pessoas LGBTQIAP+ podem sofrer relacionados ao sono. Um estudo canadense concluiu que quando a família apoia a pessoa LGBTQIAP+, as chances dela ter problema de sono diminuem.

O estudo coreano feito com pessoas transexuais também obteve a mesma conclusão. É importante lembrar que se você ou alguém da sua família ou entre seus amigos estiver com problemas para dormir, pode procurar ajuda médica. 

Diversas especialidades podem auxiliar no diagnóstico e tratamento de distúrbios do sono. É possível conversar sobre o seu histórico com clínicos gerais, neurologistas, psiquiatras e psicólogos. Todos podem ajudar você a ter boas noites!

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