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24 de outubro, 2022

Como o sono do idoso muda e dicas para dormir melhor nessa fase da vida

Como o sono do idoso muda e dicas para dormir melhor nessa fase da vida

O número de pessoas com 60 anos ou mais cresceu de maneira significativa no Brasil nos últimos anos. De acordo com dados do IBGE, a porcentagem de pessoas idosas saiu de 11,3% em 2012 e subiu para 14,7% em 2021. Com um país cada vez mais velho, é importante falar sobre a qualidade de vida e, no caso do Persono, do sono do idoso. 

No decorrer da vida é natural que os padrões de sono mudem. Com os idosos não é diferente. Entre os adultos acima de 65 anos de idade, mais da metade sente alterações tanto na qualidade quanto na quantidade de sono. Essas modificações geram impactos negativos na qualidade de vida. Como consequência, o sono do idoso acaba sendo um desafio.

Mas a hora de dormir não precisa ser difícil para essa faixa etária. Nesse post vamos explicar tudo relacionado ao sono do idoso e inclusive mostrar algumas dicas para fazer com que a noite seja a mais reparadora possível.

O sono do idoso: o que muda nessa faixa etária?

Alguns fatores fazem com que o sono mude quando ficamos mais velhos. Com a idade passamos a produzir menos melatonina, o hormônio do sono, o que por si só já pode causar alterações na quantidade de horas que dormimos. Estilo de vida, saúde e processos biológicos também vão afetar o sono do idoso.

Com a idade a incidência do sono leve aumenta, o que acaba sendo um dos problemas para dormir das pessoas idosas. Conhecida como não-REM 1 (NREM 1), essa etapa do sono é a que o cérebro faz a transição entre os estados acordado e adormecido. O idoso acaba acordando com mais facilidade e consequentemente tem noites menos restauradoras.

Outra mudança que acontece é o envelhecimento do núcleo supraquiasmático, que controla o ciclo circadiano, nosso relógio biológico interno. Com essa alteração, as pessoas idosas sentem mudanças no sono e estado de alerta. 

Distúrbios do sono nos idosos

As pessoas com mais idade tendem a tomar mais remédios, o que também pode contribuir para o surgimento de distúrbios do sono. Uma pesquisa feita nos Estados Unidos mostrou que  entre 1988 e 2010 o número médio de remédios prescritos pelos médicos para pessoas com 65 anos ou mais dobrou de 2 para 4.

As próprias alterações na fisiologia do sono também podem provocar o surgimento de distúrbios do sono nas pessoas com mais idade. A seguir você confere quais são os problemas mais comuns entre os idosos na hora de dormir, mas não significa que sejam os únicos possíveis. Em caso de suspeitas ou sintomas de distúrbios do sono é importante procurar um médico especialista.

Insônia – estima-se que casos crônicos de insônia podem afetar até 57% das pessoas idosas, sendo as mulheres mais afetadas do que os homens. O tratamento desse distúrbio do pode ser com terapia cognitiva comportamental, controle de estímulos (higiene do sono), terapia de luz e até mesmo restrição ao sono diurno e ao tempo na cama.

Atenção: um quadro grave de insônia aumenta em três vezes a probabilidade de mortalidade em até três anos e meio nos idosos. É muito importante que esse distúrbio seja tratado.

Apneia do sono – de acordo com estudos, a prevalência da apneia do sono nas pessoas acima de 60 anos pode chegar a até 62%. O que agrava ainda mais essa situação é que esse grupo tende a procurar menos ajuda médica.

Hipersonia – conhecido também como sonolência excessiva, este distúrbio pode ou não ter relação com as dificuldades de sono noturno apresentadas naturalmente entre as pessoas idosas. Se não tiver relação com outros problemas, ela é classificada como hipersonia primária. 

Mas, quando relacionada a alguma outra condição de saúde ou ao uso de algum medicamento, ela é chamada de hipersonia secundária e é mais frequente do que a primária. Uma das grandes culpadas pelo sono em excesso dos idosos é a apneia.

Confusão Noturna -também conhecida como  sundowning, a confusão noturna afeta as pessoas com demência. A principal característica desse distúrbio é o surgimento de comportamentos “pouco habituais e exacerbados”. No geral, eles surgem nas últimas horas da tarde e anoitecer e são acompanhados de desorientação, falta de atenção, inquietude, agitação e ansiedade, entre outros.

Como o sono do idoso pode melhorar

Independente das alterações, a National Sleep Foundation recomenda que pessoas acima dos 64 anos durmam entre 7 e 8 horas. Algumas dicas podem ajudar o idoso a manter esse tempo de sono. Para quem está nessa fase da vida ou cuida de alguém que pertence a esse grupo, é importante: 

Manter uma rotina de sono – realizar a higiene do sono, que consiste em hábitos que avisam para o corpo que está chegando a hora de dormir, é importante para os idosos principalmente por conta das mudanças do sono com a idade.

Os idosos devem evitar o uso de aparelhos eletrônicos, como celulares e ficar expostos à luz em excesso. O ideal é realizar uma atividade prazerosa como uma leitura, tomar um banho quente ou um chá.

Exposição ao sol – a luz natural é fundamental para a regulação da melatonina, o hormônio do sono. Durante o dia, se expor ao sol pode ajudar a diminuir em até 83% o tempo que uma pessoa leva para dormir.

Diminuir a quantidade de líquidos à noite – com a idade perdemos o tônus na bexiga, o que dificulta o controle da urinação. Nos mais velhos, a prevalência de incontinência urinária pode chegar a 34%. Por causa dessa mudança no corpo, diminuir a quantidade de líquidos ajuda a garantir uma noite de sono sem muitas levantadas da cama para ir ao banheiro. 

Regular os cochilos – cochilar do meio da tarde para frente pode aumentar a latência do sono, que é o tempo contado da hora que deitamos na cama até dormir de fato, e encurtar as noites, o que prejudica o sono profundo, aquele que é realmente restaurador. Por isso é importante regular os cochilos dos idosos.  

Esperamos que com essas dicas você ou os idosos da sua convivência consigam ter melhores noites de sono.

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