Diferenças entre os sonhos lúcidos e a paralisia do sono

O sono gera uma série de benefícios para o corpo, mas enquanto dormimos também podemos passar por experiências que vão de curiosas a angustiantes. É o caso de fenômenos como os sonhos lúcidos e a paralisia do sono. Ambos têm uma característica em comum: passam uma forte sensação de realidade.

No Instagram do Persono surgiram dúvidas sobre as diferenças entre os dois e neste post você vai descobrir quais são elas. É bem possível que você já tenha experimentado um deles (ou até mesmo os dois). Pesquisas indicam que 55% dos adultos já tiveram pelo menos uma experiência com sonhos lúcidos, enquanto 23% os têm com frequência (em torno de uma vez por mês). 

Já de acordo com a Classificação Internacional de Distúrbios do Sono, uma a cada duas pessoas vai experimentar ao menos um episódio de paralisia do sono durante a vida. Os casos mais duradouros, chamados de recorrentes, podem chegar a quase 8% da população.

O que são sonhos lúcidos e paralisia do sono?

Antes de saber as diferenças entre sonhos lúcidos e paralisia do sono, é importante conhecer o que é de fato cada fenômeno. 

Os sonhos lúcidos acontecem quando você está dormindo, mas tem consciência de que está sonhando e consegue escolher o que fazer durante o seu sonho.

A paralisia do sono acontece quando há a retomada da consciência ao mesmo tempo que acontece a atonia muscular. A atonia é como uma “paralisação” temporária dos músculos. Ela acontece durante o sono REM e evita que façamos movimentos bruscos enquanto sonhamos. Nas situações de paralisia do sono, a atonia acontece fora do sono REM, o que não é o convencional.

Diferenças entre os sonhos lúcidos e a paralisia do sono  

Primeiro é importante lembrar que os sonhos lúcidos e a paralisia do sono são dois fenômenos distintos: um não precisa do outro para acontecer. Uma das diferenças entre os dois são os conteúdos das experiências. Enquanto nos sonhos lúcidos nós fazemos escolhas sobre o que fazer durante o sonho, durante os episódios de paralisia do sono não temos essa opção. 

Os episódios de paralisia podem nos surpreender com alucinações consideradas bizarras que se dividem em três categorias: 

• Alucinações de intrusos: passam a sensação de uma presença maligna no ambiente e alucinações multissensoriais de um intruso; 
• Alucinações de incubus: sensação de pressão no peito, sufocamento e dor física;
• Alucinações vestibular-motoras: apresentam movimentos ilusórios e experiências fora do corpo. 

As alucinações de intrusos e incubus podem ocorrer simultaneamente e são acompanhadas de medo. Já as alucinações vestibular-motoras passam sensações mais positivas, envolvendo sentimentos de êxtase.

Existe também uma diferença em relação ao momento em que ocorrem os sonhos lúcidos e a paralisia do sono. Os episódios de paralisia acontecem quando recuperamos a consciência entrando ou saindo da fase REM. Já os sonhos lúcidos ocorrem durante a fase REM do sono.

Por fim, quem passa por experiências de sonhos lúcidos não sente o corpo paralisado, apesar do corpo estar passando pela atonia muscular, que é característica da fase REM. Já os pacientes com  paralisia do sono sentem a paralisia no corpo de fato, mesmo com parte do seu cérebro estando parcialmente em um estado de sono REM.

O que fazer em caso de recorrência?

Casos isolados da paralisia do sono não costumam ter necessidade de tratamento, mas quando há recorrência, é preciso dar uma atenção médica especial. Os profissionais de saúde vão encontrar e tratar as condições associadas, como a narcolepsia, a insônia, a apneia ou mesmo aquelas relacionadas à saúde mental. 

Controlar esses outros distúrbios pode ajudar a diminuir a ocorrência da paralisia. A higiene do sono também é importante no controle desse fenômeno, pois melhora a qualidade do sono, que, quando não é boa, é um gatilho para a paralisia. 

Quanto aos sonhos lúcidos é preciso ficar atento a dois perigos. O primeiro está relacionado à saúde mental. Forçar a aparição de sonhos lúcidos pode deixar a linha divisória entre sonho e realidade mais difusa, de acordo com alguns especialistas. Como consequência, poderiam existir consequências negativas de longo prazo para a saúde mental de algumas pessoas. 

Outro dos perigos está em fazer com que o sono perca a qualidade. Já que os sonhos lúcidos estão associados a mais atividade cerebral do que os não lúcidos, acredita-se que eles tenham como consequência uma noite de baixa qualidade.

Não esqueça que o sono precisa ser reparador para que você tire o melhor proveito de seus benefícios.

Boa noite!