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08 de março, 2021

O sono das mulheres

O sono das mulheres

8 de março é o Dia Internacional da Mulher. A data foi oficializada pela ONU em 1975 e é utilizada para lembrar a luta por igualdade de direitos e de salário, mas a sua origem ainda gera dúvidas. A história mais conhecida é a do incêndio de 25 de março de 1911 em uma indústria em Nova Iorque que matou 125 mulheres e 21 homens. O desastre expôs as péssimas condições de trabalho que as mulheres sofriam durante a Revolução Industrial.

O certo é que há registros de episódios anteriores a esse, mas a história da tragédia na Triangle Shirtwaist Company representa o que realmente é o Dia Internacional da Mulher: reivindicação por direitos iguais. É o mínimo. 

De diferenças, já bastam aquelas que afetam o sono das mulheres. Porque sim, o sono delas é mais complexo do que o deles.

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Uma grande diferença no sono das mulheres: a insônia

Se você que está lendo esse texto tem dificuldade para cair no sono e permanecer dormindo, é mais provável que você seja mulher do que homem. A prevalência da insônia no público feminino é 40% maior do que no público masculino.

Em um artigo de capa da sua revista trimestral, Sono, a Associação Brasileira do Sono explica que isso acontece por uma mistura de aspectos biológicos, sociais e até mesmo genéticos. 

Alguns outros fatos também ajudam a entender o porquê delas serem mais insones. Mulheres têm quase o dobro de chance de sofrer de ansiedade e depressão, duas condições relacionadas à insônia.

Elas dormem mais

Apesar de serem mais afetadas pela insônia, as mulheres dormem, em média, mais que os homens. Mais precisamente 11 minutos por dia.

Isso acontece porque elas realmente precisam de mais descanso. Além de terem um sono proporcionalmente de pior qualidade do que o deles, elas também são afetadas por mais questões externas e sociais. 

Mesmo “trabalhando fora”, mulheres dedicam mais tempo a funções não-pagas domésticas e responsabilidades de cuidado familiar do que os homens. No Brasil, essa diferença laboral é de, em média, 10,4 horas por semana.

No Dia Internacional da Mulher, como em todos os outros, vale o reforço: o trabalho doméstico e de cuidados familiares deve ser dividido igualitariamente entre todas as partes envolvidas. Fazer a sua parte não é “ajudar”, é fazer nada além da sua mais simples obrigação.

A resposta está nos hormônios

Não são apenas as características sociais que afetam o sono delas. Outro grande culpado são os hormônios. 

Ao longo da vida, as mulheres passam por muitas mais mudanças dos níveis hormonais do que os homens. De fato, isso acontece todos os meses, durante o ciclo menstrual no qual elas enfrentam picos e vales nas quantidades de estrogênio e progesterona e isso afeta a qualidade do sono.

O sono na Adolescência

Se no parágrafo anterior mencionamos a influência do ciclo menstrual, não será surpresa para ninguém descobrir que é justamente na adolescência que o sono das meninas e dos meninos começa a ficar diferente. Elas têm mais dificuldade de dormir as horas mínimas consideradas adequadas para essa fase da vida.

Como referência, a média de idade da primeira menstruação atualmente é 12 anos. E quanto mais cedo se chega a puberdade, maior probabilidade as mulheres têm de desenvolverem quadros de depressão. A depressão comumente vem acompanhada de problemas para dormir.

O sono no período menstrual

Quando estamos doentes, é mais difícil descansar bem. Então imagine todos os meses passar por ciclos de cólicas, irritabilidade, dores musculares, dores de cabeça e a sensação de inchaço causada pela menstruação, entre outros sintomas. 

Isso é o que acontece com três a cada quatro mulheres do mundo que sofrem com a TPM. Evidentemente elas dormem menos e de modo menos reparador que as demais 25%. Todas, porém, sem exceção, acabam com o sono prejudicado na semana anterior à menstruação, mesmo que não percebam.

O que não muda é a quantidade de sono, que em termos gerais não é prejudicada no ciclo menstrual. 

O sono na Gravidez

Quando está grávida, a mulher mais uma vez vê o seu sono perder qualidade graças à quantidade de estresse e mudanças que o corpo passa nesse período. O aumento considerável dos níveis de progesterona também dificultam um descanso de qualidade, tão importante durante os meses de gravidez.

Como consequência, a sonolência diurna aparece mais frequentemente para essas mulheres que esperam seus filhos.

Durante o terceiro e último trimestre da gravidez, também aparecem distúrbios do sono que antes a mulher não enfrentava, tais como a Apneia Obstrutiva do Sono e Síndrome das Pernas Inquietas, além das dores musculares e da urinação noturna mais frequente causada pela pressão que o útero exerce sobre a bexiga quando o bebê vai crescendo. 

Com tantos potenciais disruptores, é normal que a mulher grávida tenha uma queda importante na quantidade de sono profundo, importante para o descanso e a restauração de energia. É importante discutir com o obstetra técnicas que a ajudem a dormir melhor. Isso é essencial para ela e para o bebê.

Após o parto, a maioria destes distúrbios e sintomas desaparecem. Por outro lado, o sono fica mais fragmentado para se adaptar aos cuidados e alimentação do recém-nascido. Para os novos pais, essa fragmentação não ocorre

O sono na Menopausa

Aproximadamente aos 50 anos acontece a menopausa, marco do fim do período reprodutivo de uma mulher. Com isso, acontece a queda na taxa do hormônio estradiol, o que traz consigo suores noturnos, diminuição da libido, alterações de humor, ondas de calor e aumento da urinação. Esses dois últimos grandes vilões do sono da mulher mais velha.

Para aliviar esses sintomas, o médico pode indicar um tratamento hormonal, mas algumas pequenas atitudes do dia a dia também podem ajudar, tais como evitar a ingestão de líquidos perto da hora de ir para cama, evitar banhos quentes até duas horas antes de dormir e controlar a temperatura ambiente do quarto.

A apneia do sono, que em algumas mulheres já apareceu durante a gravidez, volta a ser uma preocupação na menopausa. Só que muitas vezes com sintomas menos evidentes do que nos homens. Uma polissonografia é o que tira a dúvida sobre a presença ou não da AOS, que nelas se manifesta de modo mais proeminente no sono REM.

Fica evidente que as mudanças hormonais são grandes influências do sono das mulheres ao longo de toda a vida, mas a cultura social também atrapalha o descanso feminino. Dá para refletir sobre.

Dia Internacional da Mulher. Um dia de luta por igualdade, inclusive no sono das mulheres.

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