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03 de novembro, 2021

Paralisia do sono

Paralisia do sono

Você sabe que está acordado. É capaz de identificar o ambiente ao seu redor e movimentar os olhos. Respira normalmente, mesmo que possa estar sentindo uma sensação de sufocamento. Mas você não consegue se mexer, como se estivesse paralisado. Isso tem nome: paralisia do sono.

Esse “bloqueio” temporário dos movimentos acontece com todas as pessoas todas as noites. Ele é o que te impede de chutar o seu companheiro de cama se você sonhar que é o Neymar, por exemplo. 

Só que com algumas pessoas isso acontece quando elas acabam de cair no sono ou assim que acabam de acordar. Neste caso, temos um episódio de paralisia do sono.

O que é a paralisia do sono

A paralisia do sono é um fenômeno em que a retomada da consciência ocorre ao mesmo tempo que a atonia muscular. Atonia é uma espécie de “paralisação” temporária dos músculos que acontece durante o sono REM e evita que tenhamos movimentos bruscos enquanto sonhamos. No caso da paralisia, ela acontece fora do sono REM, o que não é convencional. 

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Ou seja, a pessoa está plenamente consciente do que está acontecendo, mas é incapaz de se movimentar, o que gera uma sensação de medo e susto, já que ela não é capaz de usar nenhuma parte do seu corpo por alguns instantes.

Além disso, a paralisia do sono é frequentemente acompanhada alucinações de um invasor perigoso no quarto ou de caráter fantasmagórico, com uma pressão no tórax e uma tentativa de fugir em vão. Tudo isso só aumenta o medo que o fenômeno causa.

A paralisia do sono é um distúrbio do sono do tipo parassonia, que são eventos ou experiências pouco comuns durante o sono, representando um estado limiar entre o despertar e o adormecimento. Ela não representa nenhum tipo de perigo real.

Demografia

De acordo com a Classificação Internacional de Distúrbios do Sono, uma a cada duas pessoas vai experimentar ao menos um episódio de paralisia do sono durante a vida.  Casos mais duradouros, chamados de recorrentes, podem chegar a quase 8% da população.

O fenômeno é ligeiramente mais comum em homens e tem uma prevalência maior em grupos populacionais não-brancos. 

No geral, os sintomas de paralisia do sono começam a aparecer na infância, adolescência ou no início da fase adulta (até 25 anos). Os episódios começam a ser mais frequentes com o passar dos anos.

O que causa a paralisia do sono

O diagnóstico de alguma enfermidade psiquiátrica é considerado fator de risco para paralisia do sono, assim como ansiedade, consumo de álcool, traumas e histórico familiar.

Hábitos de sono irregulares, privação do sono e outras parassonias também indicam uma predisposição do desenvolvimento de episódios recorrentes. Já os episódios isolados costumam acontecer em momentos de trabalho por turnos ou em mudanças de fuso horário repentinas (jet lag).

A apneia obstrutiva do sono também tem uma conexão importante com o fenômeno. Em um estudo, 38% das pessoas com episódios isolados de paralisia tinham diagnóstico do distúrbio.

A causa exata da paralisia do sono, porém, ainda é desconhecida, o que levou a medicina do sono a entender que o distúrbio é o encontro de diversos fatores.

Diagnóstico da paralisia do sono

Em termos gerais, o diagnóstico da paralisia do sono é simples, já que os episódios têm uma característica bastante própria, a impossibilidade de movimento com consciência do que ocorre ao redor. 

Gravações feitas com polissonografia de episódios do fenômeno mostraram a supressão do tônus muscular associado a um padrão de eletroencefalograma de despertar e a presença de movimento dos olhos e piscadas similares aos de uma pessoa acordada.

Abaixo, o critério diagnóstico dos episódios:

  • Relato da impossibilidade de movimento dos braços ou pernas assim que cai no sono ou assim que desperta.
  • Relatos estão associados a alucinações ou situações similares a sonhos.
  • Polissonografia detecta supressão da força muscular, um período REM da latência do sono ou sono REM dissociado. 
  • Os sintomas não estão associados a outras doenças ou distúrbios. 

Tratamento da paralisia do sono

O mais importante, antes de mais nada, é entender que a paralisia do sono não representa um risco para a sua saúde física, porém o susto que um episódio gera pode ser um potencial gatilho para uma crise de ansiedade, além de poder atrapalhar a qualidade do sono, o que consequentemente também eleva o risco de um novo episódio.

O susto causado pelo fenômeno não pode e nem deve ser desprezado, mas você não corre nenhum risco com ele. 

Episódios isolados da paralisia do sono não costumam requerer tratamento, mas a recorrência merece uma atenção médica especial para que sejam encontradas e tratadas as condições associadas, como a narcolepsia, a insônia, a apneia ou mesmo aquelas relacionadas à saúde mental. 

Controlar esses outros distúrbios pode ser a resposta para diminuir a ocorrência do fenômeno. 

A higiene do sono também é um mecanismo importante no controle da paralisia, uma vez que melhora a qualidade do sono, que, quando é baixa, é um gatilho para o fenômeno. 

Se você tem episódios de recorrentes (não necessariamente frequentes) de paralisia do sono, procure o seu médico de confiança ou um especialista em sono. São eles que poderão criar o melhor plano de tratamento para o seu caso.

Boa noite.

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